Wednesday, June 28, 2006

baseball, portugal and gay pride

mais um fim-de-semana em SF, mais um evento histórico. gay pride weekend na cidade, com hordas de rotos a invadir (ainda mais) a cidade para defender igualdade de direitos e sodomia em público. apesar de concordar com a primeira, devo traçar uma linha para a segunda. ainda assim, foi um domingo à tarde brilhante! mas comecemos por sábado.

acordei cedo e fui dar uma corridinha maravilha para o Alta Plaza Park, perto de nossa casa. grande vista de SF, com o eterno nevoeiro por cima das montanhas e dos prédios. adoro esta cultura de parque da cidade, cheio de gente a passear os cãezinhos e os filhotes (por esta ordem), a jogar ténis ou simplesmente a correr para queimar calorias. impecável.

take me out to the ballgame! (ainda não é a parte gay, calma)
arranjei uns bilhetes excelentes (obrigado, grande Silva) para a 3rd base line no AT&T Park para ver o derby entre os San Francisco Giants e os Oakland Athletics, a ter início à 1pm. siga para o estádio acompanhado do exmº sr. engº Paulo Abreu, e bora lá ver gajos cheios de esteróides a jogar com os paus e as bolas! (mais uma vez, ainda não é agora...) o ambiente à volta do jogo é extremamente diferente do que se vive habitualmente em estádios de futebol. ao passo que num jogo típico de futebol o pessoal vai lá para ver o jogo e só descansa no intervalo para beber qualquer coisa ou vir cá fora passear, durante um jogo de baseball é tradicional vermos pessoas a sair a meio das innings para vir comer o proverbial cachorro e beber a tradicional cervejita (que custa no mínimo $7 lá dentro, vão chular o carago), e o mais incrível é que ficam a ver o jogo nas televisões que estão espalhadas pelos inúmeros bares que estão na zona imediatamente atrás das cadeiras, com o verdadeiro jogo a decorrer a meia-dúzia de metros à frente deles!!! de destacar igualmente a sã convivência entre adeptos das duas equipas. não há claques organizadas, toda a gente vê o jogo calmamente, cada um a torcer pelas suas cores, mas sem chatices. e se não há chatices num derby destes, então não me parece que haja chatices nos outros...

sintomático: ao nosso lado estava um casal de americanos, apoiantes dos Giants, que passaram o tempo todo a oferecer-nos "snacks". segundo o gajo, "trouxe coisas a mais, ninguém vai comer isto tudo! querem um beef jerky, umas gomas, amendoins, água, qualquer coisa?"...sim, sim, depois estranhem que os americanos não gostem de futebol a sério ;) o jogo acabou 8-7 para os Giants, depois de estarem a perder na bottom of the 9th por 7-5, sacam um home-run com 2 bases ocupadas, mais 3 pontos, 8-7, game over, euforia nas bancadas!

de qualquer forma, foi uma tarde muito bem passada, seguida de uma ida a downtown, levi's store, 2 t-shirts compradas e siga para casa, onde íamos ter a visita de alguns amigos, um dos quais (Shantman) se disponibilizou para cozinhar para a malta. algumas cervejas depois, com visitas dos nossos vizinhos como sempre, siga para um barzito, mais uns copitos e para casa descansar lá prás 3 da manhã porque no dia seguinte havia muito que fazer!!!

domingo arrancou com o Portugal vs Holanda. stress intenso, cerveja, conversa com holandeses, vitória, insultos variados (a meio só me lembro de gritar: "havia de romper um dique, filhos da puta!!!") e rouquidão posterior. um jogo típico para mim, portanto.
a parada gay já tinha começado quando chegamos à baixa, estivemos a ver um bocadinho antes de seguir para o bar ver a bola, e realmente é um espectáculo. polícias, gajas nuas, square-dancers, todo um mundo de LGBTs (Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender) a passear pela Market Street, a pé, de carro, de camião, de bicicleta ou monociclo, com música a acompanhar e muita alegria. até o Mayor passou na parada, um apoiante declarado da igualdade de direitos deste povo.

depois do jogo, segui para a parade after-party nos jardins do Civic Center, enquanto que algum povo foi para os concertos grátis no Stern Grove. eu optei por ficar por ali, curtir a festa. e valeu a pena. infelizmente ainda não tenho fotos do evento porque me esqueci da máquina em casa, mas estou a contar com a máquina da Martinha que andou a funcionar sempre que eu pedia :) na festa, obviamente, mais uma loucura de SF, com gajos vestidos como gajas, gajas vestidas como gajos (pera, isso eram mesmo fufas vestidas como fufas, por isso não havia máscara aí), personagens loucas (gajos vestidos de flamingos, por exemplo), t-shirts fabulosas (saliento "Oklahomo" e "I'm a good reason to switch over"), cervejinha fresca e música a condizer.

há duas histórias que não hesito em contar sobre domingo:

estavamos numa zona com um palco e um dj a rodar trance pesado, quando chega um gajo à nossa beira e pergunta em bom lusitano: "são portugueses?". era fácil de notar porque eu andava com o cachecol da selecção ao pescoço, e respondemos que sim. o tipo, mais roto que o Elton John, começa a dizer que tem pais portugueses, a mãe do Minho e o pai de S.João da Pesqueira!!! S.JOÃO DA PESQUEIRA!!! realmente o mundo é pequeno :)

quanto à outra história (falta a foto para ficar perfeito), íamos a passear lá pelo meio e vimos um cartaz ao longe a dizer "leather alley". obviamente tivemos de lá ir ver o que se passava, e entre demonstrações S&M (no cameras allowed), estava uma banquinha num passeio a dizer: "Spanking Booth: the best damn spanker in the world". paramos em frente ao tipo "blue-oyster bar" style que lá estava a trabalhar, e aparece um indivíduo lá, baixa das calças e deita-se na mesa de peida ao ar. o spanker começa a trabalhar no spankee, umas palmadinhas e umas massagens, e esta merda dura praí 2 minutos. "marta, por favor tira uma foto disto, é imperdível!!!" quando acaba o serviço, o cliente pagou, deram um beijo e siga viagem. ficamos todos de boca aberta...somos uns meninos, realmente :)

é assim esta cidade. cheia de seres estranhos, pessoal louco e extrovertido e sem medo de ser julgado. admiro-os e de uma certa maneira estou a adaptar-me bem à mentalidade. remember, it's where people who don't fit in...fit in...:)

fotos do sábado (as do domingo virão depois):

em frente ao AT&T Park,
home of the SF Giants

ui, assenta como uma luva...
(é má, eu sei)

um momento durante o jogo...

o final da partida!!! Giants rule!!!

Tuesday, June 20, 2006

usually i hate costume parties...


mas esta até por acaso foi simpática, apesar de não ter ido trajado a rigor (nem de perto nem de longe, a não ser que considerem uma t-shirt dos beatles uma indumentária típica dos Tuaregs...), mas a companhia era simpática. cá ficam duas das minhas quatro miúdas preferidas da Cisco, (Isabel e Ana, preciso de tirar uma foto convosco!) meninas Carolina e Patrícia. para a posteridade. com o barrete na cabeça. perdoem-me porque nem sempre sei o que faço...:)

Monday, June 19, 2006

immigrant sport

depois de no fim-de-semana passado ter ido ao BFD festival, no Shoreline Amphitheatre, para ver, entre outros, Franz Ferdinand, Strokes e Yeah Yeah Yeahs todos no mesmo sítio, numa tarde muito bem passada, há que virar as coisas para a bola. futebol, entenda-se.
depois do festival, after-party do festival e after-after-party em nossa casa, acordei no domingo, dia de Portugal-Angola, para ver o jogo. como o jogo era ao meio-dia local, deitei-me tarde e por isso queria dormir um bocadinho antes de ver o jogo. acordei e olhei para o relógio, 9h00, tudo bem, ainda posso dormir mais um pouco antes do jogo. nisto entra-me o Soares pelo quarto dentro e diz:
"então, pá, ainda estás aí? o jogo começa daqui a um bocado!"
"tás parvo, são 9h00!"
"olha bem para o relógio! são 11h45!!!"

malditos relógios analógicos...resultado, foi vestir uma t-shirt e umas calças, atirar água para a cara e sair de casa a correr a caminho do Harry's Bar na Fillmore (a 4 quarteirões de casa) para ver o jogo...uffff!

este fim-de-semana foi a vez do verdadeiro futebol. o mundial começou e para lá de conseguirmos ver alguns dos jogos aqui na Cisco (via Web), no sábado jogava Portugal contra o Irão, 6 da manhã locais. ora lá seria mais uma aventura previsível. deitei-me cedo na 6a feira para poder acordar a horas decentes. 5 da manhã estava a pé, siga para tomar banho, com o pessoal ainda a bater mal de sono, tudo dentro do carro e siga para o "Mad Dog in the Fog", barzinho pub-like na Haight, para ver o jogo. isto de começar a beber cerveja às 6 da manhã é sempre uma experiência diferente. mas valeu a pena, especialmente pelo ambiente de futebolada que já tinha tantas saudades. para um gajo como eu que adora futebol e é sócio cativo daqueles que vai ao estádio chova ou faça sol, granizo, terramotos, ataques com napalm entre outras catástrofes...há alguns meses que já não estava virado para o desporto! admito que tinha sido uma decisão pessoal, algum afastamento do desporto passivo, já que o activo continua, entre futebol e basket não me tenho acanhado de praticar, mas ainda assim ver desporto como via (e vocês que me conhecem sabem que sou meio doente por essas coisas) tem sido uma actividade quase inexistente aqui na Califórnia. after all, se estou numa experiência totalmente diferente, não queria (nem quero) passar uma grande parte do meu tempo a ver desporto. para isso ficava em Portugal em frente à SportTv. isto deve servir para contactos diferentes com culturas diferentes, pessoas diferentes e maneiras de estar diferentes. ainda assim, o bichinho está cá dentro e desta vez teve mesmo de sair (sem piadinhas).

back to saturday mornin'.

vimos o jogo de Portugal no bar e eu decidi ficar a manhã toda a ver futebol. Portugal-Irão, seguido de Gana-Rep.Checa e acabando com o EUA-Itália. acho que até foi essa a principal razão para ficar no bar a ver! não imaginam o ambiente fabuloso de dezenas de americanos a ver o jogo da selecção deles sem terem a experiência que nós europeus temos de verdadeiramente ver futebol e perceber o que raio se está a passar. digamos que cada lançamento lateral, pequena falta, ligeiro passe eram celebrados como se fossem campeões do mundo! foi um espectáculo, ainda por cima estive muito tempo a conversa com 3 americanos, 1 rapaz e 2 raparigas, uma das quais namorava com um brasileiro, por isso ainda deu para lhe explicar algumas palavras que ela não percebia. ah, e reparem neste pequeno nugget fabuloso que aconteceu...
estávamos nós no paleio quando eles me perguntam sobre Angola e porque é que havia aquela excitação toda por causa das colónias e tal e qual era o stress...obviamente como a maior parte destes parolos pensam que Portugal é um país da América Latina, lá fui eu explicar por alto a situação das ex-colónias. enquanto ia explicando os eventos que levaram ao 25 de Abril, passa outro americano atrás de mim, vira-se para mim e diz: "Não te esqueças de Goa, Damão e Diu...". imaginem a minha cara de total espanto a olhar para aquele gnu e dizer: "Jovem, tu sabes da História, hã?" e pronto, seguiu-se uma conversa excelente sobre vinho e cultura portuguesa e americana...isto no intervalo de dois jogos de futebol!!! impecável!

depois dos jogos, um saltinho à praia e depois uma festazona em casa do pessoal em San Jose, para no domingo voltar para SF para ir a um concerto grátis da...Aimee Mann!!! acabei o dia noutro bar na cidade a ver o jogo 5 da final da NBA, com direito a overtime e tudo!

overall, um fim-de-semana excelente!

Friday, June 09, 2006

San Francisco is back to the 60's

ontem fui a um concerto em SF (eu+Soares+Tiago, na famosa Amoeba Store, uma loja equivalente à Carbono no Porto, mas com tamanho decente. milhares de cds a preços reduzidos, novos e usados, com dvds à mistura. tenho de passar uma tarde lá porque tenho ideia que me vou desgraçar ;)

na loja costuma haver concertos gratuitos, com um palco improvisado dentro da loja, e o pessoal todo nos corredores a ver. ontem foi a vez da nova banda do Jack White, vocalista dos White Stripes, The Raconteurs. para além do som curtido (tenho de ouvir o álbum outra vez, gostei mais ao vivo do que o próprio cd), valeu pela experiência, especialmente porque a loja se encontra numa das zonas mais conhecidas de SF, na Haight Street, que foi o ponto de partida para o famosíssimo "Summer of Love" nos anos 60. enquanto íamos pela rua fora, para além das dezenas de pedintes sentados no passeio, íamos absorvendo um bocado do estilo, com pessoal a vender erva em todo o lado, pessoal a tocar guitarra no meio da rua, o costume :)

jantamos lá perto num mac (que destoa completamente do resto do ambiente da rua) e a primeira cena estranha foi lá dentro. havia uma mesa com 4 ou 5 gajas a rir alto, a mandar piadas em grande basqueiral. o gajo que estava na caixa, 60 e tal anos e 1,90m de altura, nem hesita e começa aos berros para elas: "Hey, GIRLS!!! No more laughs!!! This ain't a bar!!!". Quando vir uma cena num mac em Portugal a resposta deve ser brutal e gargalhante, mas aqui não, as tipas fizeram mesmo menos barulho...

depois, à saída do concerto, vínhamos a caminho do carro por entre a multidão de pedintes, e vem dois gajos na nossa direcção, de guitarra, a tocar. encontram aquele grupo de pessoas e começam "excuse me fellas, guys, could you, could you..." e nós a pensar que era para cravar guito começamos com "no, man, no change" e o tipo diz-nos "no, could you spare a SMILE?". bem, fica tudo parvo a olhar para ele, o Abreu e a Eunice começam a sorrir e o gajo diz "there you go!!! thanks a lot!!!"...

estão a ver porque é que eu digo que esta cidade é diferente?...;)

Sunday, June 04, 2006

sin city and the big rocky thing

first of all, um desabafo. este blog não está a ser tão profícuo como eu tinha planeado, mas há sempre tanta coisa que fazer e tão pouco tempo, que a inspiração, já de si habitualmente ausente, ainda parece estar de férias. ainda assim, segue um relato do passado fim-de-semana, recheado de aventura, folia, gajas, dinheiro e pedras (?!). sim, sim, um verdadeiro estourador de blocos!

o plano foi simples: para aproveitar o fim-de-semana prolongado (29 de Maio celebra-se o Memorial Day aqui nos EUA) vamos até Las Vegas, saímos de casa na madrugada de 6a feira, dia 26, passamos lá 6a e sábado e no domingo de manhã arrancamos para o Grand Canyon, dormimos lá e na 2a feira de manhã vínhamos embora. conseguimos cumprir escrupulosamente o plano. com quase tudo improvisado sem ser a carrinha alugada e o hotel marcado em Vegas, foi mesmo partir para a estrada com uma batelada de sandes e garrafas de água. depois de uma viagem de 10 horas com paragens para meter gasolina e para satisfazer necessidades fisiológicas (eramos 6 gajos, por isso era rápido). chegamos a Vegas com uns simpáticos 115ºF, cerca de 38ºC. a imagem do deserto que atravessámos é brutal. há zonas que se assemelham a paisagens lunares, passam-se kms e kms de rectas em que não há absolutamente nada à beira da estrada, aquela típica visão de filme de Wim Wenders...o pessoal diz que eu sou doente por cinema e que vivo tudo através de filmes que vi. é verdade, admito. apartes...aparte, siga!

las vegas é uma cidade anárquica. para além do conceito de uma cidade que foi construída no meio do deserto (é incrível, centenas de kms de terra e montes e desolação biológica, até que aparece no meio do nada uma cidade enorme!!!), é uma mescla estranhíssima de réplicas de monumentos mundiais. num espaço de meia-dúzia de quarteirões, temos uma estátua da liberdade, templos romanos, uma torre eiffel, canais venezianos com gôndolas, uma pirâmide...entre muitos outros ícones desta cidade. a terra serve para três coisas, na minha perspectiva: jogar, beber e gajas. os casinos estão abertos 24/7, e quem estiver a jogar tem direito a beber à borla. sim, à borla, aparecem umas meninas a perguntar o que queremos e é só pedir. o que interessa aos casinos é manterem o pessoal lá dentro a jogar, por isso o álcool é um isco extra, para além das centenas de slot-machines e montanhas de mesas. durante o dia a cidade torna-se feia pela anarquia arquitectónica, mas de noite há que admitir que é um espanto. agora senti-me como um verdadeiro pedinte lá por dentro. um exemplo simples, joguei blackjack e roleta, e então na roleta, obviamente joguei vermelho/preto, e perdi das duas vezes (rais parta o meu azar binário). uma das vezes joguei $20, na outra joguei $10. ao meu lado estava um gajo a atirar notas de $100 seguidas para trocar por fichas, com um à-vontade de quem pode limpar a sua zona glútea a notas daquelas. mas ainda fui ao blackjack, com mãos mínimas de $15. é triste, mas apanhei nas trombas, tive azar nas cartas e não deu mesmo para ganhar! vá lá, guardei 1 ficha do caesar's palace e outra do hard rock casino.

anyway, Vegas reduz-se a isto. jogo, muita bebida, muita mulher boa em todo o lado, e pouco mais. como já me conhecem e sabem que não sou muito gajo de discos e clubs, gosto mais de um bom barzinho para dar dois dedos de treta e beber uns copos. aparentemente, para quem gosta de noite mais intensa, Vegas é impecável, tem alguns dos clubes mais bem cotados do país, especialmente aqueles que estão dentro dos casinos/hotéis. são caros mas parece que vale a pena. who cares?

ah, e ainda passamos por algumas das famosas capelinhas onde o pessoal se casa com os Elvis todos e aquela parvoíce monumental. fotos para turista ver e siga.
por falar em fotos, cá vão elas...

Cá está o verdadeiro turista, em frente ao Belaggio
perto do sítio daquela cena do Ocean's Eleven :)

O Mirage, mais um dos casinos enormes
que estão no meio da cidade

Os gunas lusitanos em frente ao Caesar's Palace
(Luís, eu, Tiago Silva, Kiko, Paulo Abreu)

Uma das wedding chapels
mais famosas (diz que sim, sei lá)

já chega de Vegas.

saímos da cidade no Domingo de manhã e seguimos para o Canyon. Las Vegas, para quem não sabe, é no estado do Nevada, ao passo que o Grand Canyon é no Arizona. Foi por isso o 3º estado que visitei num espaço de 3 dias, bom ritmo, heim? depois de alguns kms, passamos pela Hoover Dam, uma barragem que é uma obra de engenharia notável, como se pode ver pela foto que pus abaixo. parece pouca coisa e admito que pensava que era maior, mas mesmo assim é uma obra fabulosa. a seguir a isso, siga para o deserto, atravessemos o Arizona que se faz tarde!

mas antes...almoçar. e que almoço, meus amigos...

íamos no meio da estrada cheios de fome e vimos uma placa a anunciar a proximidade do Rosie's Den, um daqueles diners típicos que se vêem nos filmes. eu que já tinha uma coisa destas em vista, imediatamente aplaudi a iniciativa. e qual não é o meu espanto quando depois de pararmos e chegarmos à porta, e vejo um cartaz afixado a dizer: "NO WEAPONS ALLOWED". obviamente a decisão a partir desse momento era única: vamos entrar!!! e lá dentro, um ambiente daqueles diners típicos do lado da estrada, com um vibe redneck que assustava. lá comemos um cheeseburger enorme com uma rodela de cebola do tamanho da minha cabeça, mas basicamente estava cheio de fome que nem notei :)

a partir daí foi meter à estrada mais uma vez a atravessar um deserto...menos deserto desta vez, até ao Grand Canyon National Park. filas de carros para entrar, e nós contra-relógio para ver o pôr-do-sol. situação curiosa, chegamos à cabine para pagar a entrada e o tipo pergunta-nos "então vocês são de onde?" "Portugueses" "oh, ainda há bocado passaram cá alguns portugueses, devem ser vossos amigos!". por acaso até eram, o povo que afinal não encontramos lá dentro, não por falta de tentativa, mas o facto de não haver rede lá dentro foi factor impeditivo para contactarmos uns com os outros. moving along...

depois de entrarmos no parque, munidos de guia e mapa, fomos logo à procura de um bom spot para vermos o astro-rei a penetrar nas montanhas (qual Pessoa qual carago). foi uma sensação estranhíssima quando andávamos por aquelas estradas florestais a olhar para vários sítios e a tentar interpretar o mapa, quando de repente olhamos para um dos lados e...imaginem uma carrinha cheia de gajos que habitualmente andam aos saltos e a falar alto a calar-se em uníssono e a contemplar ao longe algo que é indescritível e por isso nem vou tentar começar. imediatamente paramos o carro no sítio mais próximo e saímos todos para apreciar a primeira vista sobre o Canyon. em poucas palavras, senti-me tão pequenino perante a grandiosidade da Natureza em frente aos meus olhos, não dá sequer para exprimir. é daquelas coisas que só estando lá mesmo. fiquei minutos sem conseguir dizer nada, a olhar, a absorver os milhões e milhões de anos de trabalho surdo, de evolução geológica que acabou por se converter em espectáculo turístico, e dos bons.

depois do primeiro impacto, fomos descobrir outro sítio melhor para estarmos mais descansados a ver o pôr-do-sol decentemente, e encontramo-lo no Yavapai Point, onde estava muito mais gente. muitas fotos depois, seguimos para tentar descobrir alojamento dentro do parque. o que se passava é que dado ser fim-de-semana prolongado, as pessoas "normais" reservam com antecedência para assegurarem quarto. pois, mas como nós adoramos fazer as coisas ao improviso (é espantoso como neste caso acabamos por ser todos um pouco assim, e eu continuo a achar que as coisas sabem melhor desta maneira), não tínhamos nada planeado. então toca de ir a procura de quarto. resultado: tudo cheio!...havia UM quarto disponível no parque todo, que nós tratamos de ocupar. ora enfiam-se 6 gajos num quarto para 4, e siga, sacos-cama no chão e vamos embora!

acordamos as 4 da manhã para ver o nascer do sol, mais um espectáculo inesquecível, a 2100 mts de altitude. novamente muitas fotos depois, pequeno-almoço americano na cafetaria no meio da floresta (ovos, bacon, mashed potatoes e café, the breakfast of champions!!!), comprei uma t-shirt à turista parolo, e bora lá para as 16 horas de viagem de volta para SF. ainda deu tempo para parar em Bakersfield para um jantarzinho à maneira num restaurante recomendado por um colega nosso na Cisco, e chegada a SF às 4 da manhã para no dia seguinte acordar às 8 da manhã para vir trabalhar...uffffff

um fim-de-semana destes fica marcado na memória. seguem algumas fotos para mais tarde recordar...

Hoover Dam, foto tirada enquanto
atravessávamos a barragem

Welcome to Arizona, the
Grand Canyon state!!!

Rosie's Den, o nosso almoço redneck :)

A malta a curtir dentro da
carrinha, uma Pontiac Montana

A 1a foto do cromo no Grand Canyon

A 2a foto do mesmo cromo no
Canyon em Desert View

The gang altogether :)