Sunday, June 04, 2006

sin city and the big rocky thing

first of all, um desabafo. este blog não está a ser tão profícuo como eu tinha planeado, mas há sempre tanta coisa que fazer e tão pouco tempo, que a inspiração, já de si habitualmente ausente, ainda parece estar de férias. ainda assim, segue um relato do passado fim-de-semana, recheado de aventura, folia, gajas, dinheiro e pedras (?!). sim, sim, um verdadeiro estourador de blocos!

o plano foi simples: para aproveitar o fim-de-semana prolongado (29 de Maio celebra-se o Memorial Day aqui nos EUA) vamos até Las Vegas, saímos de casa na madrugada de 6a feira, dia 26, passamos lá 6a e sábado e no domingo de manhã arrancamos para o Grand Canyon, dormimos lá e na 2a feira de manhã vínhamos embora. conseguimos cumprir escrupulosamente o plano. com quase tudo improvisado sem ser a carrinha alugada e o hotel marcado em Vegas, foi mesmo partir para a estrada com uma batelada de sandes e garrafas de água. depois de uma viagem de 10 horas com paragens para meter gasolina e para satisfazer necessidades fisiológicas (eramos 6 gajos, por isso era rápido). chegamos a Vegas com uns simpáticos 115ºF, cerca de 38ºC. a imagem do deserto que atravessámos é brutal. há zonas que se assemelham a paisagens lunares, passam-se kms e kms de rectas em que não há absolutamente nada à beira da estrada, aquela típica visão de filme de Wim Wenders...o pessoal diz que eu sou doente por cinema e que vivo tudo através de filmes que vi. é verdade, admito. apartes...aparte, siga!

las vegas é uma cidade anárquica. para além do conceito de uma cidade que foi construída no meio do deserto (é incrível, centenas de kms de terra e montes e desolação biológica, até que aparece no meio do nada uma cidade enorme!!!), é uma mescla estranhíssima de réplicas de monumentos mundiais. num espaço de meia-dúzia de quarteirões, temos uma estátua da liberdade, templos romanos, uma torre eiffel, canais venezianos com gôndolas, uma pirâmide...entre muitos outros ícones desta cidade. a terra serve para três coisas, na minha perspectiva: jogar, beber e gajas. os casinos estão abertos 24/7, e quem estiver a jogar tem direito a beber à borla. sim, à borla, aparecem umas meninas a perguntar o que queremos e é só pedir. o que interessa aos casinos é manterem o pessoal lá dentro a jogar, por isso o álcool é um isco extra, para além das centenas de slot-machines e montanhas de mesas. durante o dia a cidade torna-se feia pela anarquia arquitectónica, mas de noite há que admitir que é um espanto. agora senti-me como um verdadeiro pedinte lá por dentro. um exemplo simples, joguei blackjack e roleta, e então na roleta, obviamente joguei vermelho/preto, e perdi das duas vezes (rais parta o meu azar binário). uma das vezes joguei $20, na outra joguei $10. ao meu lado estava um gajo a atirar notas de $100 seguidas para trocar por fichas, com um à-vontade de quem pode limpar a sua zona glútea a notas daquelas. mas ainda fui ao blackjack, com mãos mínimas de $15. é triste, mas apanhei nas trombas, tive azar nas cartas e não deu mesmo para ganhar! vá lá, guardei 1 ficha do caesar's palace e outra do hard rock casino.

anyway, Vegas reduz-se a isto. jogo, muita bebida, muita mulher boa em todo o lado, e pouco mais. como já me conhecem e sabem que não sou muito gajo de discos e clubs, gosto mais de um bom barzinho para dar dois dedos de treta e beber uns copos. aparentemente, para quem gosta de noite mais intensa, Vegas é impecável, tem alguns dos clubes mais bem cotados do país, especialmente aqueles que estão dentro dos casinos/hotéis. são caros mas parece que vale a pena. who cares?

ah, e ainda passamos por algumas das famosas capelinhas onde o pessoal se casa com os Elvis todos e aquela parvoíce monumental. fotos para turista ver e siga.
por falar em fotos, cá vão elas...

Cá está o verdadeiro turista, em frente ao Belaggio
perto do sítio daquela cena do Ocean's Eleven :)

O Mirage, mais um dos casinos enormes
que estão no meio da cidade

Os gunas lusitanos em frente ao Caesar's Palace
(Luís, eu, Tiago Silva, Kiko, Paulo Abreu)

Uma das wedding chapels
mais famosas (diz que sim, sei lá)

já chega de Vegas.

saímos da cidade no Domingo de manhã e seguimos para o Canyon. Las Vegas, para quem não sabe, é no estado do Nevada, ao passo que o Grand Canyon é no Arizona. Foi por isso o 3º estado que visitei num espaço de 3 dias, bom ritmo, heim? depois de alguns kms, passamos pela Hoover Dam, uma barragem que é uma obra de engenharia notável, como se pode ver pela foto que pus abaixo. parece pouca coisa e admito que pensava que era maior, mas mesmo assim é uma obra fabulosa. a seguir a isso, siga para o deserto, atravessemos o Arizona que se faz tarde!

mas antes...almoçar. e que almoço, meus amigos...

íamos no meio da estrada cheios de fome e vimos uma placa a anunciar a proximidade do Rosie's Den, um daqueles diners típicos que se vêem nos filmes. eu que já tinha uma coisa destas em vista, imediatamente aplaudi a iniciativa. e qual não é o meu espanto quando depois de pararmos e chegarmos à porta, e vejo um cartaz afixado a dizer: "NO WEAPONS ALLOWED". obviamente a decisão a partir desse momento era única: vamos entrar!!! e lá dentro, um ambiente daqueles diners típicos do lado da estrada, com um vibe redneck que assustava. lá comemos um cheeseburger enorme com uma rodela de cebola do tamanho da minha cabeça, mas basicamente estava cheio de fome que nem notei :)

a partir daí foi meter à estrada mais uma vez a atravessar um deserto...menos deserto desta vez, até ao Grand Canyon National Park. filas de carros para entrar, e nós contra-relógio para ver o pôr-do-sol. situação curiosa, chegamos à cabine para pagar a entrada e o tipo pergunta-nos "então vocês são de onde?" "Portugueses" "oh, ainda há bocado passaram cá alguns portugueses, devem ser vossos amigos!". por acaso até eram, o povo que afinal não encontramos lá dentro, não por falta de tentativa, mas o facto de não haver rede lá dentro foi factor impeditivo para contactarmos uns com os outros. moving along...

depois de entrarmos no parque, munidos de guia e mapa, fomos logo à procura de um bom spot para vermos o astro-rei a penetrar nas montanhas (qual Pessoa qual carago). foi uma sensação estranhíssima quando andávamos por aquelas estradas florestais a olhar para vários sítios e a tentar interpretar o mapa, quando de repente olhamos para um dos lados e...imaginem uma carrinha cheia de gajos que habitualmente andam aos saltos e a falar alto a calar-se em uníssono e a contemplar ao longe algo que é indescritível e por isso nem vou tentar começar. imediatamente paramos o carro no sítio mais próximo e saímos todos para apreciar a primeira vista sobre o Canyon. em poucas palavras, senti-me tão pequenino perante a grandiosidade da Natureza em frente aos meus olhos, não dá sequer para exprimir. é daquelas coisas que só estando lá mesmo. fiquei minutos sem conseguir dizer nada, a olhar, a absorver os milhões e milhões de anos de trabalho surdo, de evolução geológica que acabou por se converter em espectáculo turístico, e dos bons.

depois do primeiro impacto, fomos descobrir outro sítio melhor para estarmos mais descansados a ver o pôr-do-sol decentemente, e encontramo-lo no Yavapai Point, onde estava muito mais gente. muitas fotos depois, seguimos para tentar descobrir alojamento dentro do parque. o que se passava é que dado ser fim-de-semana prolongado, as pessoas "normais" reservam com antecedência para assegurarem quarto. pois, mas como nós adoramos fazer as coisas ao improviso (é espantoso como neste caso acabamos por ser todos um pouco assim, e eu continuo a achar que as coisas sabem melhor desta maneira), não tínhamos nada planeado. então toca de ir a procura de quarto. resultado: tudo cheio!...havia UM quarto disponível no parque todo, que nós tratamos de ocupar. ora enfiam-se 6 gajos num quarto para 4, e siga, sacos-cama no chão e vamos embora!

acordamos as 4 da manhã para ver o nascer do sol, mais um espectáculo inesquecível, a 2100 mts de altitude. novamente muitas fotos depois, pequeno-almoço americano na cafetaria no meio da floresta (ovos, bacon, mashed potatoes e café, the breakfast of champions!!!), comprei uma t-shirt à turista parolo, e bora lá para as 16 horas de viagem de volta para SF. ainda deu tempo para parar em Bakersfield para um jantarzinho à maneira num restaurante recomendado por um colega nosso na Cisco, e chegada a SF às 4 da manhã para no dia seguinte acordar às 8 da manhã para vir trabalhar...uffffff

um fim-de-semana destes fica marcado na memória. seguem algumas fotos para mais tarde recordar...

Hoover Dam, foto tirada enquanto
atravessávamos a barragem

Welcome to Arizona, the
Grand Canyon state!!!

Rosie's Den, o nosso almoço redneck :)

A malta a curtir dentro da
carrinha, uma Pontiac Montana

A 1a foto do cromo no Grand Canyon

A 2a foto do mesmo cromo no
Canyon em Desert View

The gang altogether :)

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