Tuesday, August 22, 2006

saturday, july 8th

Depois do desperdício da noite no Papas'n'Beer, acordei a tempo para ver o jogo contra a Alemanha, perto do meio-dia. Como não sabia de nenhum sítio onde o jogo estivesse a dar na tv, toca de sair do motel e arrancar para downtown Playas de Rosarito, leia-se a 300 metros do quarto. Segui pelo meio da vila, até que encontrei um barzinho chamado "Iggy's Corner", onde pedi ao fulano para mudar de canal...até que lá encontramos Duma estação mexicana que ia dar o jogo e por lá fiquei sozinho (o resto do povo, tradicionalmente, estava a chonar), com um prato de huevos con jamón que me soube pela vida porque estava cheio de fome. O meu castelhano estava impecável por aqueles dias, sinceramente safei-me bastante bem, acho que aquelas temporadas em Barrancos ajudaram-me a conseguir entender bem melhor o que dizem e a aumentar o vocabulário.

Anyway, o jogo foi como se sabe, mas o que me espantou mais nesta manhã/início de tarde foi a quantidade absurda de mexicanos a trabalhar nestes bares, muitos deles a chamar o pessoal à porta dos bares para entrar. Aliás, suspeito que em todas estas terrinhas à beira do Pacífico na Baja California, o ambiente deve ser o mesmo, quase tantos a servir como lá dentro a disfrutar. O resto do gang juntou-se ao intervalo, e lá ficamos até ao fim a carpir as mágoas do futebol, e a planear o resto da viagem.

Saímos depois de almoçar (proverbialmente não comi nada por causa dos nervos do jogo, nem sequer os famosos burritos de camarão no mesmo sítio do dia anterior) e seguimos para Tijuana. Não podíamos visitar esta região sem pelo menos passar pela cidade e dar uma voltinha! Obviamente, fomos parados pela moina. Desta vez não vínhamos a fazer nada de mal (excepto tirar fotografias com as portas da carrinha abertas, incluindo o próprio condutor com a carrinha em movimento, e trazer vários 6-packs vazios no carro...mas isso não conta!), e de facto, o sr.bófia até foi simpático. Depois de uns quarteirões à frente do carro para não atrapalhar o trânsito, acabamos por encostar e o tipo lá veio falar connosco. Shant, ao volante, foi mais uma vez o nosso intermediário castelhano, e respondendo simples e com simpatia (como é o seu timbre) ao polícia, explicou que estávamos a passear pelo México, tínhamos passaporte em ordem, seguro do carro, tudo direitinho. O tipo perguntava se tínhamos droga, álcool, se vínhamos bem, se sabíamos onde estávamos. "Pues que si, claro, estamos en Tijuana, no?", retorquia Shant. "Sim, mas esta zona é conhecida pelo putedo, gangs e droga, vocês por acaso não estão cá atrás disso, não?". Espanto em 5 faces dentro do carro, e uma vontade quase incontrolável de responder: "Mas...isso não se aplica a toda Tijuana?!"...reprimida a vontade de armar estrilho e arriscar ficar numa jaula mexicana, explicamos tudo direitinho e o tipo mandou-nos seguir, devidamente avisados da zona difícil por onde andávamos. Impecável, sem problemas. Continuamos por Tijuana de carro, e deu logo para ver que era uma cidade diferente das outras, com mais vida, mais organização, mais...tudo! Acabei por ficar com pena de não ter lá ficado e termos optado por Rosarito, mas ficará para uma próxima vez...

A seguir a isso, foi arrancar para a fronteira a caminho de Santa Barbara, o último destino da viagem. A fronteira. Sim, essa anarquia de mexicanos aos saltos a vender tudo o que podiam, no meio da estrada!!! Miúdos e graúdos, com banquinhas a vender tudo que é tralha e merdices, miúdas a fazer malabarismo, gajos a vender camisolas da selecção mexicana, vasos, rebuçados, espelhos, quadros da Última Ceia, tudo a pedir e com aspecto miserável. O verdadeiro Texas.

De volta à estrada, sempre a seguir pela Highway 1 acima, passando de novo por San Diego, Los Angeles e finalmente, Santa Barbara. Esta cidadezinha é um antro de bom gosto (contraditório mas eficaz), com dezenas de bares e restaurantes ao longo de uma rua central, todos com bastante bom aspecto, e como há um pólo universitário nas redondezas, a cidade tende a encher-se de povo jovem e pronto para a festarola rija. Se calhar foi do fim-de-semana que apanhamos, mas havia várias festas de despedidas de solteiro (e uma boda de casamento num bar, impecável) que animavam o ambiente e punham o pessola bem disposto em qualquer lado. Infelizmente não tivemos tempo de ir a nenhuma winery (é naquela zona que se passa a acção do Sideways), porque chegamos tarde...conseguimos encontrar um hotel (gerido por indianos, who else?) e abancamos logo por lá. Fomos para a baixa a pé, até à State Street, onde estava o bulk da acção. Comemos uma pizza enorme (com música ambiente enervante, depois de ouvir o Mona Lisa do Nat King Cole pela 10ª vez tivemos de pedir para mudar) lá pró meio, e fomos até um barzito beber umas Heinekens e dar duas de treta. Muito bom aspecto, a gente e o local, recomendo com veemência, especialmente agora que as aulas estão a voltar, deve estar ainda melhor :)

Em Tijuana...

Passando a fronteira para norte...

Cá estou eu a tomar notas :)

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